CAP. 2 Sweet Dreamer

3 anos depois..

Pois é, parece que aconteceu isso tudo ontem. Tinha apenas 13 anos, meus pais se divorciaram, fiquei com meu pai. Agora eu tenho 16 anos, vou morar em NY, onde a minha mãe está agora. Tomei banho, vesti uma blusa GAP para poder cobrir cortes nos meus pulsos, não quero que meu pai saiba.

-tudo pronto, SeuNome? -perguntou meu pai sorrindo fraco
-sim, tudo pronto -retribui o mesmo sorriso- mas pai, eu quero ir pra lá, mas não quero te deixar
-filha, na vida temos que construir uma vida nova, e também deixando algumas pessoas para trás. Mas nunca me esqueça, ok?
-nunca, meu pai, nunca -abraçei-o deixando as lágrimas caindo na sua camiseta xadrez

***

Estamos no aeroporto, fiz check-in e era só esperar a chamada de vôo. Quando chamaram o meu voo, senti muita ânsia e olhei pro meu pai. Ele estava segurando o choro, me abraçava e dizia: "me ligue quando chegar,ok?", "sentirei sua falta" e me despedi dele, entrei no avião. Dormi na trajetória toda. Uma aeromoça me chamou e disse em inglês:

-hey, moça -me cutucou- chegamos em New York! -disse toda sorridente- Bem-vinda!

-ah, obrigada -disse com sorriso amarelo, peguei o meu óculos de grau e pus no rosto

Estava sem ânimo encontrar a minha mãe. Já faz um bom determinado que não nos vimos, ela nos abandonou e não me conformo disso. Só estarei morando em NY pois vou estudar no melhor colégio do mundo e depois fazer faculdade e me virar sozinha aqui nos EUA sem ajuda de ninguém.

-SeuNome Completo? -disse uma voz bem grossa

-sim? -me virei para ver quem era- te conheço?

-ah, sou Paul, seu motorista e da sua mãe, sra. Smith -disse ele me cumprimentando

-Smith é o sobrenome da minha mãe solteira -pensei- prazer, Paul

Ele pegou as minhas malas e colocou num carro. Fiquei tão admirada com a paisagem enquanto o Paul dirigia. Mais ou menos meia hora, paramos numa casa. Na verdade, não é uma casa, é uma mansão! Fiquei tão admirada, com aquela mansão:



Ao entrar, Paul já deixou as minhas malas no meu quarto. Ele já foi falando:

-Senhorita, a sra. Smith está ocupada hoje e ela só vem de noite. A nossa empregada, Grace irá atender seu pedido,ok?

-o-ok... -disse ainda admirada com o espaço bem grande

-olá senhorita SeuNome -disse uma moça de meia-idade, vestindo um uniforme, seria a Grace- seja bem-vinda

-obrigada... Grace -disse o nome dela baixinho, com medo de errar

-meu nome é Grace mesmo -disse ela sorrindo

Paul se retirou, Grace já foi me mostrando a casa gigante. Me senti tão pequena morando numa mansão gigante. Era uns 17:30, Grace fez um lanchinho para mim enquanto eu lia um livro "Anjos e Demônios", quase chegando a última folha do livro.

-SeuNome, venha comer um lanchinho aqui! -gritou

-já vou indo!- fechei o livro, deixei-o na mesinha no centro da sala

Entrei na cozinha, me deparei um hambúrguer e fiquei com fome agora. Antes de me sentar, fui até na geladeira e peguei um refrigerante Coca-Cola, devorei todo hambúrguer.

-comendo desse jeito, você vai ficar com dor de barriga -ela riu pelo nariz

-não tem problema, é que sempre estou com fome -ri junto com ela

-mãe, cheguei! -gritou uma pessoa, entrando pela porta do fundo- opa, vc deve ser a SeuNome! Desculpe chegar desse jeito -disse ela envergonhada

-não tem problema! -ri pelo nariz- é, sou a SeuNome como você sabe? -não pude deixar de perguntar

-sua mãe sempre falava de você, nos mostrou várias fotos quando você era pequena -me encolhi e desviava os olhares delas para o chão

Depois dessa situação constrangedora, conheci mais a Katherine -ela é filha de Grace, tem a minha idade e irá estudar o mesmo colégio que o meu-, fiquei muito feliz ao saber que conheci uma pessoa para poder conversar.

***

-boa noite!- ouvi a voz de cansaço e o barulho do sapatos de salto alto batendo no chão com ritmo- ela já chegou? -apareceu a minha mãe na cozinha com um sorriso gigante estampado no rosto- oh, minha filha! Como vc cresceu! -ela abriu os braços para me abraçar

Olhei para ela, o corpo magro e elegante, os passos firmes, ainda que cansados, nos sapatos de salto alto. Bolsa e uma pasta fina nas mãos. Fiquei de pé, para poder abraçá-la.

Enquanto ela se aproximava, eu tentei ser simpática, porque eu ainda a responsabilizava pela separação. Meu pai chorava as noites e tentava consolar ele, mas nunca tentei. Agora ele aceitou essa separação, mas eu não.

-oi, mãe -retribui, depois soltei-a e dei um passo para trás

-tudo bem com você? Como está o seu pai? Sabia que a Kate (Katherine) irá estudar com você no colégio? -ela perguntava com maior ansiedade para que eu respondesse

-sim, eu soube -disse sem ânimo

O silêncio dominou pela cozinha, minha mãe não parava de me olhar e dizia:

-você tem os olhos iguais do seu pai -ela relembrava e sorria fraco. Me senti como fracassada- são lindos, pena que seu óculos atrapalha demais para enxergar direito a cor dos seus olhos -suspirou- você não está com calor? Tira essa blusa! Já jantou?

-calma, sra. Smith -acalmou a Grace- assim a menina vai ficar maluca pela suas perguntas

Subi para meu quarto, tomei banho e tal. Arrumei minhas malas e a Kate me ajudou a arrumar meu quarto. A maioria dos closet já tinham roupas novas para mim, Kate disse que minha mãe passou horas comprando roupas novas para mim. Me senti um pouco envergonhada, pois passei 3 anos odiando a minha mãe e ela ainda me importa, pensei que ela tinha me esquecido.

Vesti uma blusa branca fina e um short, desci e jantamos. Minha mãe disse que as aulas começam amanhã. Suspirei derrotada pois serei a 'Nerdzinha' do grupo, mas eu não sou! Estranho, né?

***

-querida, acorde! Está atrasada!

-hum.. mais 5 minutinhos -me virei para outro lado

-ainda diz a mesma coisa -riu pelo nariz- mais nada, agora! Vai, vou levá-la agora!

Me levantei, tomei banho rapidinho e coloquei uma roupa meio larga, sem maquiagem. As pessoas pensam que eu uso base ou alguma coisa do tipo, mas não uso, a minha pele é assim mesmo, liso. Desci e como café-da-manhã sozinha, Kate já tinha ido para escola. Fui de carona com minha mãe, que bons tempos...

***